O
deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) cerrou o punho e deu socos para
o alto no ritmo do coro “eu sou brasileiro/com muito orgulho/com muito
amor”, fazendo vibrar o grupo de deputados federais em seu entorno na
sessão que votava a admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff.
Era abril de 2016 e a Lava-Jato avançava sobre a cúpula do governo e do
PT, levando o discurso anticorrupção para as ruas e ao plenário da
Câmara:
—
Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito
de esperança de milhões de brasileiros. (…) Carrego comigo nossas
histórias de luta pela liberdade e pela democracia. Por isso eu digo ao
Brasil: sim para o futuro! — gritou Araújo, erguido pelos colegas como
um troféu, sacramentando o avanço do processo contra Dilma.
‘BASTA NA ROUBALHEIRA’
Araújo
virou ministro das Cidades no novo governo e, nesta semana,
descobriu-se que nas planilhas de registro dos pagamentos ilegais da
Odebrecht tinha outra identidade: “Jujuba”, beneficiário de
contribuições não declaradas à Justiça Eleitoral, no total de R$ 600
mil.