Um evento realizado na noite desta terça-feira (5) em São
Paulo colocou, lado a lado, o juiz Sergio Moro, responsável pelas decisões em
primeira instância da Lava Jato no Paraná, e diversos políticos citados na
operação e em outras investigações sobre corrupção, entre eles o presidente
Michel Temer (PMDB).
O constrangimento marcou a cerimônia, em que Moro foi premiado como o
brasileiro de 2017 pela revista “Isto É”. Temer e alguns membros de seu
governo se recusaram a levantar quando o magistrado foi premiado.
Diferentemente do que ocorreu em 2016, na solenidade deste ano o
magistrado evitou contato com os políticos. Na festa do ano passado, em que
também foi um dos premiados da noite, Moro foi fotografado durante uma conversa
animada com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que meses depois seria um dos
principais alvos da delação da JBS e teria até um pedido de prisão feito
pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o senador
Alvaro Dias (Podemos-PR), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD),
e o apresentador Luciano Huck também estavam no palco, entre outros convidados
e homenageados.
Quando Moro foi chamado para receber seu prêmio, Temer, Moreira Franco,
Meirelles e Eunicio não se levantaram para aplaudir a consagração do juiz.