O PSDB vive uma crise. É a pior crise da história da
legenda. A
conversão de Aécio Neves em réu aprofunda a encrenca. Mas
não é sua única causa. Em termos monetários há coisa até pior. Afora o que está
por vir em outros oito processos, Aécio é acusado de extorquir R$ 2 milhões da
JBS. Menos do que os R$ 10 milhões que a Odebrecht diz ter borrifado na caixa
das campanhas de Geraldo Alckmin. Muito menos do que os R$ 23 milhões que a
empreiteira de Emílio e Marcelo Odebrecht sustenta ter despejado nas arcas
eleitorais de José Serra.
Com tudo isso e algo mais, o
tucanato perdeu a aura de diferente. Ficou muito parecido com o PMDB, a legenda
gelatinosa da qual Franco Montoro, Mario Covas e Fernando Henrique Cardoso
bateram em retirada no ano de 1988 para fundar um partido limpo e arejado.
Hoje, o que está estampado na vitrine do PSDB é algo que em linguagem
aeronáutica seria chamado de cansaço de materiais. Nada que é associado ao
ninho decola.